Devolver os CTT<br>à esfera pública

A cé­lula do Par­tido nos CTT (Lisboa) re­alça as «ma­ra­vi­lhas» da pri­va­ti­zação da em­presa, pa­tentes nas contas re­la­tivas a 2016, re­cen­te­mente pu­bli­cadas. Nesse do­cu­mento fica claro o sig­ni­fi­ca­tivo au­mento dos di­vi­dendos dis­tri­buídos pelos ac­ci­o­nistas, que este ano as­cendem a 72 mi­lhões de euros, mais um mi­lhão e meio do que em 2015 e 10 mi­lhões mais do que o re­sul­tado lí­quido do ano. Desde a pri­va­ti­zação, con­cre­ti­zada pelo an­te­rior go­verno PSD/​CDS no final de 2013, os ac­ci­o­nistas já ame­a­lharam em di­vi­dendos qual­quer coisa como 272 mi­lhões de euros – valor que, sem a pri­va­ti­zação, teria en­trado nos co­fres do Es­tado e não no «bolso dos ac­ci­o­nistas que, na sua es­ma­ga­dora mai­oria, são es­tran­geiros».

Para o PCP, a pri­va­ti­zação fez-se igual­mente sentir na drás­tica re­dução de postos de tra­balho: mais de mil desde que o ne­gócio se con­cre­tizou. Os postos de tra­balho des­truídos cor­res­pon­diam a tra­ba­lha­dores com con­trato per­ma­nente, pois o nú­mero de vín­culos pre­cário, no mesmo pe­ríodo au­mentou, de forma par­ti­cu­lar­mente acen­tuada no ano pas­sado. «Ad­mis­sões com con­trato per­ma­nente ve­ri­fi­caram-se apenas para o banco CTT e para lu­gares de di­recção de topo», re­vela a or­ga­ni­zação co­mu­nista. Também a qua­li­dade do ser­viço postal se tem vindo a de­gradar desde que a em­presa foi pri­va­ti­zada.

Aten­dendo ao que su­cedeu nou­tras an­tigas em­presas pú­blicas, o PCP prevê que quando a em­presa es­tiver des­ca­pi­ta­li­zada e for só «pele e osso» então já não terá in­te­resse para o ca­pital e será uma vez mais o Es­tado a ter que as­sumir a sua sal­vação.

O Par­tido, que sempre se bateu contra a pri­va­ti­zação dos CTT, está ple­na­mente «cons­ci­ente da im­por­tância fun­da­mental que o ser­viço de cor­reios tem para os ci­da­dãos e para a eco­nomia na­ci­onal» e do facto de a pri­va­ti­zação só ter be­ne­fi­ciado o ca­pital. Assim, con­tinua a bater-se «por um ser­viço pú­blico de cor­reios à me­dida das ne­ces­si­dades dos ci­da­dãos e do País, com res­peito pelo di­reitos dos tra­ba­lha­dores». Tal só será pos­sível com o re­gresso dos CTT à es­fera pú­blica.




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